A Bíblia
A Bíblia
O significado da palavra “Bíblia”
A palavra Bíblia significa “livro”, e tem origem grega. É interessante notar que da forma com que esse termo é aplicado, ele transmite um sentido muito especial. Ele indica que entre milhões de livros existentes, apenas um tem importância e autoridade suficiente para ser chamado simplesmente de “O Livro”.
Antes de o termo “Bíblia” ser amplamente utilizado, essa coleção de livros era chamada mais frequentemente de “As Sagradas Escrituras”.
Quando a Bíblia foi escrita e quem a escreveu?
A coleção de livros que formam a Bíblia foi escrita por diversos autores num espaço de tempo que compreende entre 1.500 e 2.000 anos. Provavelmente os primeiros livros que foram escritos datam de aproximadamente 3.500 anos atrás. Já os últimos, foram escritos há cerca de 2.000 anos.
No entanto, a história registrada na Bíblia abrange um período muito maior. Ela recua à data mais remota possível, visto que ela narra a própria criação do mundo.
Quantos livros formam a Bíblia?
A Bíblia é formada originalmente por 66 livros aceitos como sendo inspirados por Deus. Esses 66 livros correspondem aos 39 livros do Antigo Testamento, e aos 27 livros do Novo Testamento.
Os livros do Antigo Testamento são os livros sagrados dos judeus escritos em hebraico. Apenas alguns pequenos trechos foram escritos em aramaico. Já os livros do Novo Testamento foram aqueles escritos escritos em grego já na era Cristã, depois do ministério de Cristo.
As Bíblias Católica e Ortodoxa possuem uma quantidade diferente de livros em relação à Bíblia Protestante. Isso ocorre porque tais tradições passaram a considerar e incluir ao Antigo Testamento alguns livros e textos que foram inclusos na Septuaginta. Porém, tais livros não aparecem no Canôn original do Antigo Testamento hebraico. Assim como os judeus, a Igreja Reforma não os considerou como inspirados.
No entanto, as Bíblias Católica e Ortodoxa também possuem os 66 livros que formam a Bíblia Protestante. Quanto à tradução dessas Bíblias, não há qualquer diferença realmente significativa.
Como os livros bíblicos estão organizados?
O Antigo Testamento conta a história do período antes de Cristo. Já o Novo Testamento registra os acontecimentos a partir do nascimento de Jesus. Os livros do Antigo e do Novo Testamento também são classificados por suas características e assuntos. A classificação é a seguinte:
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Pentateuco: são os cinco primeiros livros da Bíblia. Eles contam a origem de todas as coisas e a forma com que Deus escolheu para si um povo (de Gênesis a Deuteronômio).
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Livros Históricos: são os livros que registram, principalmente, a história do povo de Israel. Essa história é contada desde que eles chegaram à Terra Prometida (de Josué a Ester).
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Livros Poéticos: são os livros que contém poesias e uma coleção de diversos conselhos de sabedoria (de Jó a Cânticos dos Cânticos).
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Livros de Profecias: registram as mensagens dadas por Deus sobre o futuro de seu povo. Seus escritores foram homens que Ele escolheu como seus porta-vozes na terra (de Isaías a Malaquias).
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Evangelhos: já no Novo Testamento, esses livros narram a biografia e o ministério de Jesus (de Mateus a João).
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Livro Histórico do Novo Testamento: apenas um livro pertence a essa categoria: Atos dos Apóstolos. Esse livro registra os primeiros anos da Igreja Cristã. Ele informa em detalhes como o Evangelho foi propagado rapidamente pelo Oriente.
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Epístolas: são cartas escritas por líderes da Igreja. Esses homens foram levantados por Deus para ensinar a Igreja do Senhor. Essas cartas contêm as doutrinas fundamentais da fé Cristã (da Epístola de Romanos a Epístola de Judas).
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Livro de Profecia do Novo Testamento: nessa categoria se enquadra apenas o livro do Apocalipse escrito pelo apóstolo João. Esse livro contém uma série de revelações que João recebeu diretamente da parte de Cristo. Essas revelações são primordiais para a Igreja, independentemente de sua época.
Quem Escreveu a Bíblia?
A Bíblia foi escrita por diversos autores que viveram em épocas diferentes num período aproximado de 1.500 anos. É difícil estipular um número exato, mas geralmente é aceito que pelo menos 40 pessoas diferentes escreveram a Bíblia. Todavia, todas essas pessoas têm em comum o fato de terem sido escolhidas por Deus para escreverem sua santa Palavra inspirada pelo Espírito Santo. Então isso faz do próprio Deus o verdadeiro autor das Escrituras.
Acredita-se que o primeiro livro da Bíblia a ser escrito data de aproximadamente 3.500 anos atrás. Já o último livro foi escrito há cerca de 2.000 anos, na era cristã.
Muitos dos homens que foram usados por Deus para escrever a Bíblia podem ser identificados através da própria Bíblia. Isso significa que muitos textos bíblicos trazem indicações sobre a identidade de seus autores. Há também aqueles escritores da Bíblia cuja a autoria é afirmada por antigas tradições. No entanto, de alguns escritores bíblicos é impossível descobrir sua identidade.
Por exemplo, dentre os livros dos quais não se sabe quem foi seu autor, destacam-se dois que aguçam a curiosidade de muita gente. A pergunta sobre quem escreveu o livro de Jó é uma das mais debatidas com relação ao Antigo Testamento; enquanto que a identidade do autor da Carta aos Hebreus é a mais misteriosa do Novo Testamento.
Também é interessante saber que muitos livros possuem apenas um autor. Mas existem livros bíblicos que foram escritos por vários autores. Além disso, há ainda autores que escreveram mais de um livro da Bíblia.
Quem são os escritores da Bíblia?
Para respondermos a pergunta sobre quem escreveu a Bíblia, obviamente iremos considerar apenas os autores conhecidos, cuja sua autoria seja amplamente aceita pela maioria dos estudiosos. Então os escritores da Bíblia são:
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Moisés: escreveu, ou pelo menos foi o autor principal, dos cinco primeiros livros da Bíblia. São eles: Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio. Além desses livros, Moisés também escreveu o Salmo 90.
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Davi: escreveu a maioria dos Salmos, sendo que 73 deles atribuem em seus títulos sua autoria ao rei Davi. Saiba mais sobre quem foram os autores do livro de Salmos.
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Salomão: um dos autores do livro de Salmos (pelo menos de dois Salmos, o Salmo 72 e o Salmo 127). Além disso, também é atribuída ao sábio rei Salomão a autoria principal dos livros de Provérbios, Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos. Leia também sobre quem escreveu o livro de Eclesiastes.
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Os profetas Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Miqueias, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias: a todos esses são atribuídas as autorias dos livros do Antigo Testamento que trazem seus respectivos nomes.
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Mateus: é amplamente aceito que o apóstolo Mateus foi o autor do primeiro Evangelho no Novo Testamento.
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João Marcos: foi o autor do segundo Evangelho que leva seu nome.
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Lucas: o médico Lucas foi escreveu o terceiro Evangelho que leva seu nome. Ele também foi o escritor do livro de Atos dos Apóstolos. O livro de Atos é uma sequência natural do Evangelho de Lucas.
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João: é atribuído ao apóstolo João a autoria do quarto Evangelho, além de três epístolas e o último livro da Bíblia, o livro do Apocalipse.
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Paulo de Tarso: o apóstolo Paulo é o maior escritor do Novo Testamento. Ele escreveu 13 epístolas ao todo.
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Pedro: o apóstolo Pedro escreveu duas epístolas que levam seu nome.
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Tiago: muito provavelmente irmão do Senhor Jesus, Tiago escreveu a epístola do Novo Testamento que leva seu nome.
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Judas: possivelmente outro irmão de Jesus. A ele é atribuída a autoria da carta que é o penúltimo livro da Bíblia.
Vários outros autores escreveram textos que compõem livros da Bíblia; ou mesmo participaram, de alguma forma, da redação e/ou organização do conteúdo de alguns desses livros. Algumas dessas pessoas foram:
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Esdras: tradições judaicas antigas afirmam que o sacerdote Esdras escreveu os livros de Esdras, Neemias e Crônicas. É difícil saber com exatidão se essa informação está correta, especialmente com relação ao livro de Crônicas. Mas como Esdras foi um dos mais respeitados escribas de todos os tempos, é bem possível que ele tenha trabalhado ativamente de alguma maneira em textos que fazem parte do Cânon Bíblico.
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Os filhos de Corá, Etã, Asafe e seus descendentes: esses homens foram os autores de vários Salmos.
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Ezequias, Agur e Lemuel: foram autores de trechos do livro de Provérbios.
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Baruque: certamente esse homem foi de grande ajuda para o profeta Jeremias na composição de seu livro.
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Os amanuenses: era um costume muito comum nos tempos bíblicos a utilização de um secretário redator. Então o autor ditava seu texto e o secretário ficava responsável por redigi-lo. Esses escrivães não foram autores bíblicos, apenas transcreveram o que lhes fora ditado. Mas vale mencioná-los aqui, visto que desempenharam uma nobre missão. O apóstolo Paulo utilizava muito desse recurso; por isso na Carta aos Romanos é citado o nome de Tércio, como sendo o responsável por escrevê-la (Romanos 16:22). É possível que Silvano (provavelmente o Silas mencionado no livro de Atos) também tenha executado esse papel em ajuda ao apóstolo Pedro (1 Pedro 5:12).
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Os autores desconhecidos: como já foi dito, a identidade de muitos autores bíblicos são completamente desconhecidas. Esse é o caso dos autores dos livros de Josué, 1 e 2 Reis, Rute, Juízes, 1 e 2 Samuel, Ester, Jó, Lamentações, Jonas e Hebreus.
Vale dizer que sobre os livros de Rute, Juízes e 1 e 2 Samuel, a tradição judaica sugere que eles foram escritos pelo profeta Samuel. No entanto não existem evidencias que comprovem essa informação.
O Que é Septuaginta?
A Septuaginta é a tradução grega do Antigo Testamento hebraico, a Bíblia dos judeus. A Septuaginta, também conhecida pela sigla romana LXX, não só é a mais importante tradução grega veterotestamentária, mas também é a mais influente tradução antiga em qualquer idioma. A seguir, entenderemos melhor o que é a Septuaginta.
História e origem da Septuaginta
A origem da Septuaginta ainda é bastante discutida. Existe uma tradição judaica que conta que Ptolomeu Filadelfo, rei do Egito entre 281 a 246 a.C., persuadido pelo bibliotecário de Alexandria, apelou ao sumo sacerdote de Jerusalém para obter uma tradução das Escrituras hebraicas.
Então, em aproximadamente 250 a.C., foi reunido na Ilha de Faros, próximo a Alexandria, um grupo formado por 72 anciãos com o objetivo de traduzir a Bíblia dos judeus para o idioma grego.
Segundo essa tradição, o grupo realizou toda a tradução em 72 dias, e, após esse período, o texto grego foi lido perante o povo e recebeu grande aprovação, sendo, finalmente, apresentado a Ptolomeu.
Foi justamente por conta dessa tradição que surgiu o título em latim “Septuaginta”, que significa “setenta”, abreviado pelo numeral romano “LXX”.
Na verdade, toda essa tradição é tida como um tipo de lenda, baseada, principalmente, no conteúdo de uma carta supostamente escrita por alguém chamado Aristéias ao seu irmão Filócrates.
Com o tempo, vários detalhes, até mesmo de eventos miraculosos, foram adicionados a essa tradição, causando também muitas divergências entre os relados sobre a origem da Septuaginta.
O que muito provavelmente tem de real nessa tradição, é o fato de que, pelo menos a Torá, isto é, os cinco livros de Moisés, foi traduzida para o idioma grego no Egito por volta de 250 a.C., com o principal objetivo de servir os judeus de fala grega que viviam, sobretudo, em Alexandria.
Assim, a Septuaginta original consistia do Pentateuco, e, posteriormente, o restante dos livros do Antigo Testamento foi sendo traduzido e adicionado a ela, bem como alguns livros não canônicos (os Apócrifos), como por exemplo, Siraque, Tobias etc.
Estes últimos não constam no Antigo Testamento judaico e foram sendo traduzidos até o início da era cristã. Além dos chamados Apócrifos, também foram adicionados alguns textos não canônicos como parte de livros canônicos. Vale dizer que alguns itens dos livros Apócrifos nem mesmo constituem uma tradução, e sim, composições livres já no grego.
A linguagem da Septuaginta
O grego utilizado na Septuaginta é o Koiné, embora que não se pode assumir que em todo seu texto ele esteja preservado de forma franca.
Na verdade, em algumas passagens existem hebraísmos e até o próprio hebraico disfarçado. Assim, trechos que foram mal traduzidos abrem espaço para várias observações, quanto à qualificação e a consistência da tradução.
Apesar disso, de modo geral muitos eruditos consideram a Septuaginta fiel ao texto original hebraico, especialmente no Pentateuco, mas claro, apenas fazendo algumas considerações textuais sobre o fato de que em alguns trechos encontra-se uma tradução bastante literal e em outros um tipo de tradução livre, às vezes até um tanto que inteligível.
O uso da Septuaginta
No período interbíblico (ou intertestamentário), os judeus, após o exílio na Babilônia, trocaram o hebraico pelo aramaico. Da mesma forma, os judeus que viviam em centros helenísticos como Alexandria, no Egito, adotaram o grego.
Aqui vale lembrar que muitos judeus viviam nesses centros helenísticos, sobretudo, por conta dos favores que eles desfrutaram com Alexandre, o Grande. Mesmo depois da morte de Alexandre, muitos judeus continuaram migrando para esses centros, principalmente para Alexandria.
Com o tempo, esses judeus de língua grega que viviam fora da Palestina se tornaram incapazes de compreender o texto hebraico. Sob esse contexto, a Septuaginta possuiu uma influência notável, já que ela disponibilizou as Escrituras não só para os judeus que haviam perdido sua língua ancestral como também para todo o mundo de fala grega.
chegaria o dia em que a Bíblia não passaria de um simples livro esquecido e sem qualquer valor espiritual. Apesar disso, a Bíblia permanece absoluta como o livro mais lido de todos os tempos. Suas suas características e propósitos continuam intactos. Resumidamente, podemos dizer que a Bíblia é:
1. A Bíblia é a única regra de fé e prática
Apenas a Bíblia Sagrada possui autoridade absoluta para nos revelar o modo com que devemos viver, de forma que possamos nos enquadrar nos preceitos divinos e agradar o nosso Deus. Na Bíblia encontramos a verdadeira sabedoria que molda nosso comportamento e nos conduz em nossas decisões.
Não é necessário ser um teólogo para poder compreender de forma bastante simples e esclarecida os pontos fundamentais da nossa fé. Através de uma leitura natural e atenciosa, qualquer leitor entenderá que o Deus revelado na Bíblia é o único e verdadeiro Deus, criador de todas as coisas. Também entenderá que apenas através de Cristo o homem pode ser salvo. Além disso terá ciência sobre quais são os mandamentos de Deus para que possamos viver uma vida que o agrade.
2. A Bíblia é totalmente inspirada por Deus
Tudo o que está registrado na Bíblia foi inspirado pelo Espírito de Deus. Isso significa que não há uma parte mais inspirada e outra menos inspirada. Mesmo a Bíblia contendo diversos autores, a fonte de todos eles foi o Espírito Santo. Assim, o próprio Deus é o Autor primário das Escrituras Sagradas.
3. A Bíblia é inerrante
A Bíblia é a verdade acima de qualquer suspeita. Apesar de ter sido escrita por homens falíveis, a Bíblia não possui qualquer erro ou contradição. Como ela foi inspirada por Deus, tudo aquilo que foi escrito nela pelos autores humanos teve a supervisão e a aprovação divina.
No entanto, a Bíblia também possui passagens difíceis que aparentemente podem soar até mesmo como possíveis contradições. Mas a dificuldade ou a falha na interpretação dessas passagens está em nós e não na Bíblia. Inclusive, tais dificuldade podem ser motivadas por alguns fatores, como por exemplo, possíveis problemas em algumas traduções bíblicas e copias que foram feitas ao longo dos tempos.
4. A Bíblia é a resposta para os grandes questionamentos da humanidade
Na Bíblia podemos encontrar a resposta para as grandes questões levantadas pelo homem durante toda sua existência. Por exemplo, a Bíblia responde quem somos, de onde viemos, quem criou todas as coisas, por que existimos, como devemos viver e para onde vamos.
5. A Bíblia é a revelação de Deus
Deus se revela de várias formas ao homem, seja pela criação ou mesmo pela consciência moral que todo ser humano possui. Mas é na Bíblia que encontramos a auto-revelação especial de Deus. É através das Escrituras que tomamos conhecimento de forma clara sobre seus mandamentos, sobre seus propósitos e sobre o plano redentor através do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
6. A Bíblia é Cristocêntrica
Centenas de personagens bíblicos são citados nela, mas Jesus é o personagem central das Sagradas Escrituras. O Antigo Testamento aponta para sua vinda, e o Novo Testamento mostra o cumprimento do que foi predito no Antigo Testamento. O Novo Testamento descreve em detalhes o ministério do Filho de Deus na terra e a realidade de sua segunda vinda em breve.
7. A Bíblia é a informação clara, precisa e confiável acerca do futuro de todas as coisas
A Bíblia revela de forma incontestável como será a consumação de todas as coisas. Ela informa sobre a condenação eterna que aguarda os ímpios. Também revela as promessas de um futuro glorioso para aqueles que foram redimidos através da obra de Cristo na cruz do Calvário.
De tantas coisas que possamos dizer sobre o que é a Bíblia, tudo se resume na plena compreensão da verdade de que ela não apenas contém a Palavra de Deus, mas é a própria Palavra de Deus revelada a nós.
Qual a Melhor Tradução da Bíblia?
A melhor tradução da Bíblia é aquela que se conserva fiel ao texto original, e ao mesmo tempo consegue transmitir o sentido principal pretendido por ele. Em boa parte dos casos as diferentes versões disponíveis do texto bíblico cumprem esse quesito de forma satisfatória.
Pelo fato de existir uma grande variedade de versões, muitas pessoas ficam em dúvida sobre qual a melhor tradução da Bíblia disponível a qual devemos adotar. Para tentar responder a essa pergunta, vamos considerar alguns pontos importantes sobre as traduções bíblicas.
As traduções da Bíblia
O texto bíblico foi traduzido desde muito cedo. Ainda nos tempos do Antigo Testamento, alguns textos das Escrituras já eram traduzidos para atender necessidades específicas da época. A primeira grande e importante tradução bíblica foi a Septuaginta, que traduziu o texto do Antigo Testamento do original hebraico (e alguns trechos em aramaico) para o grego.
Pela predominância do idioma grego, e por ter sido composta no período intertestamentário, a Septuaginta foi a principal tradução da Bíblia utilizada pela Igreja Primitiva, inclusive sendo citada pelos escritores neotestamentários em suas epístolas.
Depois, na era cristã, surgiram várias outras traduções bíblicas para atender os idiomas em que o Evangelho se expandia. Sem dúvida a tradução mais significativa desse período foi a Vulgata, que é a tradução da Bíblia para o latim feita por Jerônimo, e que com o tempo se tornou a principal versão utilizada no Ocidente.
Já no período da idade média, algumas pessoas também se dedicaram a traduzir os textos bíblicos para idiomas mais específicos, como foi o caso de John Wycliffe, que a partir da Vulgata Latina organizou um projeto de tradução para o inglês.
Martinho Lutero também traduziu a Bíblia para o idioma alemão, começando pelo Novo Testamento e concluindo com a tradução do Antigo Testamento num projeto bem mais complexo.
Para o idioma espanhol, foi feita a conhecida versão Reina-Valera, assim como para o português surgiu a tradução Almeida. Em 1611, surgiu também a importante versão da Bíblia em inglês, a King James Version, que combinou alguns textos já traduzidos por Wycliffe e Tyndale.
As traduções da Bíblia e os textos originais
Não existem mais os textos originais escritos diretamente pelos escritores dos livros bíblicos. No entanto, cópias fieis foram feitas ao longo do tempo para replicar o próprio texto e também para preservá-lo, visto que as próprias cópias naturalmente se desgastavam com o uso.
Então, copistas fizeram copias dos originais, e depois cópias foram feitas de cópias, e assim por diante. Com base nisso, existe uma questão interessante relacionada ao texto grego do Novo Testamento e que é fundamental para se entender melhor os detalhes que diferenciam as traduções bíblicas disponíveis na atualidade. Na verdade, basicamente existem dois textos gregos:
-
O texto crítico: com base nos manuscritos mais antigos que se tem conhecimento;
-
O texto majoritário: com base na maioria dos manuscritos antigos, mas que datam de um período bem mais recente.
A grande pergunta a ser respondida é: qual desses dois textos é mais fiel aos originais? É bastante difícil responder a essa questão, especialmente porque não se sabe o motivo exato pela qual os manuscritos mais antigos foram preservados, visto que isso pode ter ocorrido ou porque eram muito fieis aos originais e por isso a Igreja os preservou, ou então por que eram discrepantes, e por isso foram guardados para que não fossem utilizados.
De qualquer forma, as diferenças entre o texto crítico e o texto majoritário podem ser consideradas como sendo mínimas, visto que tais diferenças não afetam de forma alguma os principais pontos da fé cristã e da teologia bíblica.
Como exemplos de tais diferenças, podemos citar: a frase final de Mateus 20:16, “porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”, que não aparece nos manuscritos mais antigo; a parte final do último capítulo do Evangelho de Marcos; a narrativa sobre a mulher adúltera no Evangelho de João, e diferenças no capítulo 5 de 1 João.
As traduções da Bíblia e os métodos de tradução
Quando se fala na melhor tradução da Bíblia, também é preciso saber que existem dois métodos de tradução utilizados para traduzir a partir dos idiomas originais:
-
Equivalência formal: esse método traduz palavra por palavra do texto original adotando seu equivalente exato no novo idioma.
-
Equivalência dinâmica: esse método traduz a frase original adotando a expressão equivalente de forma dinâmica no novo idioma, ou seja, diferente do método de equivalência formal, esse método traduz o sentido da frase e não palavra por palavra.
Ambos os métodos possuem seus pontos positivos, e talvez a melhor solução seja uma combinação cuidadosa de ambos. O problema em se adotar apenas a equivalência formal é que muitas vezes na tentativa de ser fiel ao texto original acaba-se perdendo justamente sua fidelidade, pois não traduz de forma correta o sentido real que o autor pretendia passar.
Um exemplo disso é Colossenses 3:12, onde o apóstolo Paulo escreve: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”.
A palavra grega traduzida como “entranhas”, splagchnon, realmente significa “tripas”, “intestinos”, etc., e era muito utilizada, visto que naquela época as entranhas eram consideradas como sendo a fonte das emoções mais profundas e extremas.
Todavia, em nosso idioma, a melhor tradução para essa palavra seria algo como “profundos afetos de misericórdia” no sentido de se ter um coração pleno de compaixão.
Por outro lado, quando se usa apenas a equivalência dinâmica de forma excessiva, sem ser podada com a os princípios da equivalência formal, corre-se o risco de também se obter traduções que se distanciam dos originais, ou mesmo de se perder o sentido principal de determinadas palavras.
Por exemplo, o livro do Apocalipse possui muita linguagem simbólica, e traduzir tudo de forma dinâmica pode prejudicar terrivelmente o sentido principal do texto, visto que é fundamental se preservar algumas designações do próprio texto a fim de compreendê-lo.
Além disso, o uso maciço da equivalência dinâmica dá origem não apenas a uma tradução, mas a uma paráfrase do texto bíblico, que tenta expressar o conceito original na linguagem mais popular possível.
Qual a melhor tradução da Bíblia em português?
Considerando tudo o que foi apresentado acima, pode-se dizer que isso dependerá do objetivo da leitura. Algumas traduções bíblicas disponíveis em português se baseiam no texto crítico, enquanto outras se baseiam no texto majoritário. Umas utilizam o método de equivalência formal e outras o método de equivalência dinâmica.
De forma geral, em português, as traduções da Bíblia mais conhecidas são: as várias Almeidas (Corrigida, Fiel, Atualizada, Revisada), a Nova Versão Internacional (NVI), a versão da King James em português, e as paráfrases Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTHL), Viva e A Mensagem.
Tentando localizar onde essas versões da Bíblia se encaixam nos parâmetros de tradução discutidos acima, pode-se dizer, de forma bem simplificada, o seguinte: a Almeida Corrigida utiliza a equivalência formal de forma bastante extrema, ao contrário da Almeida Atualizada, que adota um método bem mais equilibrado.
Depois da Almeida Atualizada, podemos posicionar a NVI, como sendo uma tradução que tenta combinar a equivalência formal e a equivalência dinâmica. Já utilizando muito da equivalência dinâmica, temos a NTLH, e de forma bastante extrema, as versões Viva e A Mensagem.
Com base nessa classificação, cada leitor deve decidir qual a melhor tradução da Bíblia deve ser adotada de acordo com os objetivos pretendidos. Por exemplo, acredito ser muito complicado utilizar a tradução NTLH ou Viva para fazer a exposição do texto bíblico num sermão.
Particularmente, prefiro uma tradução que utiliza de forma equilibrada os dois métodos de equivalência, como é o caso da Almeida Atualizada. Com relação ao tipo de texto grego, também prefiro uma tradução que se baseia no texto critico, embora não considero que esse seja um ponto determinante.
Uma boa opção que também se aproxima dessas condições é a NVI. No entanto, também acho interessante que se tenha uma tradução da Bíblia numa linguagem mais popular, como a NTLH, especialmente para compará-la com traduções mais formais, como a Almeida Corrigida e a Almeida Fiel.
Além disso, a Septuaginta foi projetada também com a finalidade de atender a leitura pública nas Sinagogas, sendo então bastante útil nesse aspecto.
Já na era cristã, a Septuaginta tornou-se ainda a Bíblia amplamente utilizada pela Igreja Primitiva, inclusive sendo citada no Novo Testamento. Dos autores neotestamentários, Lucas e o autor da Epístola aos Hebreus foram os que mais fizeram citações de textos da Septuaginta.
Os missionários cristãos faziam uso da Septuaginta e a levavam por todas as partes no processo de evangelização e plantação de comunidades cristãs. Também se deve a ampla popularização da Septuaginta o fato de alguns Apócrifos terem sido mantidos em determinados círculos do cristianismo.
O que a Bíblia realmente é?
Muito pode ser dito sobre o que é a Bíblia. Ao longo do tempo, ela teve sua circulação proibida. Ela sofreu diversas tentativas de homens que tentaram destruí-la. Também foi contestada por céticos e desprezada por muitos que acreditaram que seus dias estavam contados.
Muitas pessoas já afirmaram que devido a evolução cientifica, intelectual e tecnológica, chegaria o dia em que a Bíblia não passaria de um simples livro esquecido e sem qualquer valor espiritual. Apesar disso, a Bíblia permanece absoluta como o livro mais lido de todos os tempos. Suas suas características e propósitos continuam intactos. Resumidamente, podemos dizer que a Bíblia é:
1. A Bíblia é a única regra de fé e prática
Apenas a Bíblia Sagrada possui autoridade absoluta para nos revelar o modo com que devemos viver, de forma que possamos nos enquadrar nos preceitos divinos e agradar o nosso Deus. Na Bíblia encontramos a verdadeira sabedoria que molda nosso comportamento e nos conduz em nossas decisões.
Não é necessário ser um teólogo para poder compreender de forma bastante simples e esclarecida os pontos fundamentais da nossa fé. Através de uma leitura natural e atenciosa, qualquer leitor entenderá que o Deus revelado na Bíblia é o único e verdadeiro Deus, criador de todas as coisas. Também entenderá que apenas através de Cristo o homem pode ser salvo. Além disso terá ciência sobre quais são os mandamentos de Deus para que possamos viver uma vida que o agrade.
2. A Bíblia é totalmente inspirada por Deus
Tudo o que está registrado na Bíblia foi inspirado pelo Espírito de Deus. Isso significa que não há uma parte mais inspirada e outra menos inspirada. Mesmo a Bíblia contendo diversos autores, a fonte de todos eles foi o Espírito Santo. Assim, o próprio Deus é o Autor primário das Escrituras Sagradas.
3. A Bíblia é inerrante
A Bíblia é a verdade acima de qualquer suspeita. Apesar de ter sido escrita por homens falíveis, a Bíblia não possui qualquer erro ou contradição. Como ela foi inspirada por Deus, tudo aquilo que foi escrito nela pelos autores humanos teve a supervisão e a aprovação divina.
No entanto, a Bíblia também possui passagens difíceis que aparentemente podem soar até mesmo como possíveis contradições. Mas a dificuldade ou a falha na interpretação dessas passagens está em nós e não na Bíblia. Inclusive, tais dificuldade podem ser motivadas por alguns fatores, como por exemplo, possíveis problemas em algumas traduções bíblicas e copias que foram feitas ao longo dos tempos.
4. A Bíblia é a resposta para os grandes questionamentos da humanidade
Na Bíblia podemos encontrar a resposta para as grandes questões levantadas pelo homem durante toda sua existência. Por exemplo, a Bíblia responde quem somos, de onde viemos, quem criou todas as coisas, por que existimos, como devemos viver e para onde vamos.
5. A Bíblia é a revelação de Deus
Deus se revela de várias formas ao homem, seja pela criação ou mesmo pela consciência moral que todo ser humano possui. Mas é na Bíblia que encontramos a auto-revelação especial de Deus. É através das Escrituras que tomamos conhecimento de forma clara sobre seus mandamentos, sobre seus propósitos e sobre o plano redentor através do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
6. A Bíblia é Cristocêntrica
Centenas de personagens bíblicos são citados nela, mas Jesus é o personagem central das Sagradas Escrituras. O Antigo Testamento aponta para sua vinda, e o Novo Testamento mostra o cumprimento do que foi predito no Antigo Testamento. O Novo Testamento descreve em detalhes o ministério do Filho de Deus na terra e a realidade de sua segunda vinda em breve.
7. A Bíblia é a informação clara, precisa e confiável acerca do futuro de todas as coisas
A Bíblia revela de forma incontestável como será a consumação de todas as coisas. Ela informa sobre a condenação eterna que aguarda os ímpios. Também revela as promessas de um futuro glorioso para aqueles que foram redimidos através da obra de Cristo na cruz do Calvário.
De tantas coisas que possamos dizer sobre o que é a Bíblia, tudo se resume na plena compreensão da verdade de que ela não apenas contém a Palavra de Deus, mas é a própria Palavra de Deus revelada a nós.
Qual a Melhor Tradução da Bíblia?
A melhor tradução da Bíblia é aquela que se conserva fiel ao texto original, e ao mesmo tempo consegue transmitir o sentido principal pretendido por ele. Em boa parte dos casos as diferentes versões disponíveis do texto bíblico cumprem esse quesito de forma satisfatória.
Pelo fato de existir uma grande variedade de versões, muitas pessoas ficam em dúvida sobre qual a melhor tradução da Bíblia disponível a qual devemos adotar. Para tentar responder a essa pergunta, vamos considerar alguns pontos importantes sobre as traduções bíblicas.
As traduções da Bíblia
O texto bíblico foi traduzido desde muito cedo. Ainda nos tempos do Antigo Testamento, alguns textos das Escrituras já eram traduzidos para atender necessidades específicas da época. A primeira grande e importante tradução bíblica foi a Septuaginta, que traduziu o texto do Antigo Testamento do original hebraico (e alguns trechos em aramaico) para o grego.
Pela predominância do idioma grego, e por ter sido composta no período intertestamentário, a Septuaginta foi a principal tradução da Bíblia utilizada pela Igreja Primitiva, inclusive sendo citada pelos escritores neotestamentários em suas epístolas.
Depois, na era cristã, surgiram várias outras traduções bíblicas para atender os idiomas em que o Evangelho se expandia. Sem dúvida a tradução mais significativa desse período foi a Vulgata, que é a tradução da Bíblia para o latim feita por Jerônimo, e que com o tempo se tornou a principal versão utilizada no Ocidente.
Já no período da idade média, algumas pessoas também se dedicaram a traduzir os textos bíblicos para idiomas mais específicos, como foi o caso de John Wycliffe, que a partir da Vulgata Latina organizou um projeto de tradução para o inglês.
Martinho Lutero também traduziu a Bíblia para o idioma alemão, começando pelo Novo Testamento e concluindo com a tradução do Antigo Testamento num projeto bem mais complexo.
Para o idioma espanhol, foi feita a conhecida versão Reina-Valera, assim como para o português surgiu a tradução Almeida. Em 1611, surgiu também a importante versão da Bíblia em inglês, a King James Version, que combinou alguns textos já traduzidos por Wycliffe e Tyndale.
As traduções da Bíblia e os textos originais
Não existem mais os textos originais escritos diretamente pelos escritores dos livros bíblicos. No entanto, cópias fieis foram feitas ao longo do tempo para replicar o próprio texto e também para preservá-lo, visto que as próprias cópias naturalmente se desgastavam com o uso.
Então, copistas fizeram copias dos originais, e depois cópias foram feitas de cópias, e assim por diante. Com base nisso, existe uma questão interessante relacionada ao texto grego do Novo Testamento e que é fundamental para se entender melhor os detalhes que diferenciam as traduções bíblicas disponíveis na atualidade. Na verdade, basicamente existem dois textos gregos:
-
O texto crítico: com base nos manuscritos mais antigos que se tem conhecimento;
-
O texto majoritário: com base na maioria dos manuscritos antigos, mas que datam de um período bem mais recente.
A grande pergunta a ser respondida é: qual desses dois textos é mais fiel aos originais? É bastante difícil responder a essa questão, especialmente porque não se sabe o motivo exato pela qual os manuscritos mais antigos foram preservados, visto que isso pode ter ocorrido ou porque eram muito fieis aos originais e por isso a Igreja os preservou, ou então por que eram discrepantes, e por isso foram guardados para que não fossem utilizados.
De qualquer forma, as diferenças entre o texto crítico e o texto majoritário podem ser consideradas como sendo mínimas, visto que tais diferenças não afetam de forma alguma os principais pontos da fé cristã e da teologia bíblica.
Como exemplos de tais diferenças, podemos citar: a frase final de Mateus 20:16, “porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”, que não aparece nos manuscritos mais antigo; a parte final do último capítulo do Evangelho de Marcos; a narrativa sobre a mulher adúltera no Evangelho de João, e diferenças no capítulo 5 de 1 João.
As traduções da Bíblia e os métodos de tradução
Quando se fala na melhor tradução da Bíblia, também é preciso saber que existem dois métodos de tradução utilizados para traduzir a partir dos idiomas originais:
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Equivalência formal: esse método traduz palavra por palavra do texto original adotando seu equivalente exato no novo idioma.
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Equivalência dinâmica: esse método traduz a frase original adotando a expressão equivalente de forma dinâmica no novo idioma, ou seja, diferente do método de equivalência formal, esse método traduz o sentido da frase e não palavra por palavra.
Ambos os métodos possuem seus pontos positivos, e talvez a melhor solução seja uma combinação cuidadosa de ambos. O problema em se adotar apenas a equivalência formal é que muitas vezes na tentativa de ser fiel ao texto original acaba-se perdendo justamente sua fidelidade, pois não traduz de forma correta o sentido real que o autor pretendia passar.
Um exemplo disso é Colossenses 3:12, onde o apóstolo Paulo escreve: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”.
A palavra grega traduzida como “entranhas”, splagchnon, realmente significa “tripas”, “intestinos”, etc., e era muito utilizada, visto que naquela época as entranhas eram consideradas como sendo a fonte das emoções mais profundas e extremas.
Todavia, em nosso idioma, a melhor tradução para essa palavra seria algo como “profundos afetos de misericórdia” no sentido de se ter um coração pleno de compaixão.
Por outro lado, quando se usa apenas a equivalência dinâmica de forma excessiva, sem ser podada com a os princípios da equivalência formal, corre-se o risco de também se obter traduções que se distanciam dos originais, ou mesmo de se perder o sentido principal de determinadas palavras.
Por exemplo, o livro do Apocalipse possui muita linguagem simbólica, e traduzir tudo de forma dinâmica pode prejudicar terrivelmente o sentido principal do texto, visto que é fundamental se preservar algumas designações do próprio texto a fim de compreendê-lo.
Além disso, o uso maciço da equivalência dinâmica dá origem não apenas a uma tradução, mas a uma paráfrase do texto bíblico, que tenta expressar o conceito original na linguagem mais popular possível.
Qual a melhor tradução da Bíblia em português?
Considerando tudo o que foi apresentado acima, pode-se dizer que isso dependerá do objetivo da leitura. Algumas traduções bíblicas disponíveis em português se baseiam no texto crítico, enquanto outras se baseiam no texto majoritário. Umas utilizam o método de equivalência formal e outras o método de equivalência dinâmica.
De forma geral, em português, as traduções da Bíblia mais conhecidas são: as várias Almeidas (Corrigida, Fiel, Atualizada, Revisada), a Nova Versão Internacional (NVI), a versão da King James em português, e as paráfrases Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTHL), Viva e A Mensagem.
Tentando localizar onde essas versões da Bíblia se encaixam nos parâmetros de tradução discutidos acima, pode-se dizer, de forma bem simplificada, o seguinte: a Almeida Corrigida utiliza a equivalência formal de forma bastante extrema, ao contrário da Almeida Atualizada, que adota um método bem mais equilibrado.
Depois da Almeida Atualizada, podemos posicionar a NVI, como sendo uma tradução que tenta combinar a equivalência formal e a equivalência dinâmica. Já utilizando muito da equivalência dinâmica, temos a NTLH, e de forma bastante extrema, as versões Viva e A Mensagem.
Com base nessa classificação, cada leitor deve decidir qual a melhor tradução da Bíblia deve ser adotada de acordo com os objetivos pretendidos. Por exemplo, acredito ser muito complicado utilizar a tradução NTLH ou Viva para fazer a exposição do texto bíblico num sermão.
Particularmente, prefiro uma tradução que utiliza de forma equilibrada os dois métodos de equivalência, como é o caso da Almeida Atualizada. Com relação ao tipo de texto grego, também prefiro uma tradução que se baseia no texto critico, embora não considero que esse seja um ponto determinante.
Uma boa opção que também se aproxima dessas condições é a NVI. No entanto, também acho interessante que se tenha uma tradução da Bíblia numa linguagem mais popular, como a NTLH, especialmente para compará-la com traduções mais formais, como a Almeida Corrigida e a Almeida Fiel.